Quarta-feira, 20 Janeiro 2021
O
processo de envelhecimento determina muitas doenças oculares. Mas as
pessoas geralmente desconhecem que sua ascendência e etnia têm um papel
significativo no aumento de vulnerabilidade para certos problemas de
visão. Em recente estudo publicado no jornal Ophthalmology,
ficou comprovado que latino-americanos com ancestrais africanos sofrem
mais de pressão alta ocular – importante fator de risco para o glaucoma.
Esse é apenas um exemplo de como determinados grupos são mais
suscetíveis à perda de visão.
Nos Estados Unidos, a American Academy of Ophthalmology está
informando cidadãos com ascendência africana, latina e asiática sobre
os riscos de estarem mais sujeitos a determinadas doenças oculares. O
objetivo é encorajar as pessoas a se prevenirem desde cedo para evitar o
comprometimento da visão a longo prazo. O documento diz que, quando
comparado com americanos de origem caucasiana, pessoas com ascendência
africana ou latina têm muito mais propensão a desenvolver retinopatia
diabética, glaucoma e catarata. Já os americanos de origem asiática são
muito mais suscetíveis a desenvolver glaucoma de ângulo fechado, que –
embora menos comum que o glaucoma de ângulo aberto – pode causar perda
irreversível da visão.
De acordo com o médico Renato Neves, diretor-presidente do Eye Care Hospital de Olhos,
em São Paulo, enquanto o glaucoma de ângulo aberto é mais comum e está
muito relacionado com o processo de envelhecimento, o glaucoma de ângulo
fechado costuma ocorrer quando a pressão do olho aumenta rapidamente,
de uma hora para outra, causando visão embaçada ou perda súbita de
visão, dor forte no olho, dor de cabeça, halos ao redor de luzes e
incômodos como náuseas e vômitos. “Como esses sintomas podem ser
facilmente confundidos com os de enxaqueca, é fundamental que o paciente
verifique se os olhos estão vermelhos. Em caso afirmativo, deve
procurar um oftalmologista com urgência”.
Como
muitos problemas de visão não apresentam evidências logo no início, o
especialista afirma que a informação é o melhor remédio para prevenir
todo tipo de doença ocular, quer seja relacionada à etnia e
ancestralidade dos pacientes, quer tenha o fator idade como
determinante. “Alguns sinais permanecem invisíveis por muitos anos,
exceto quando o paciente faz um exame minucioso, com dilatação de
pupila. Portanto, quanto mais o paciente souber sobre sua propensão
aumentada para determinadas doenças, melhor para seu prognóstico. A
partir dos 40 anos, esse tipo de exame é muito importante para prevenir
doenças oculares, tanto em relação ao componente hereditário, quanto a
hábitos de vida, alimentação e idade”.
Fontes: Dr. Renato Neves, médico oftalmologista, diretor-presidente do Eye Care Hospital de Olhos, em São Paulo – www.eyecare.com.br
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